Pesquisadores da UFPB criam dispositivo portátil para coleta de mel
Dispositivo utilizado na meliponicultura não requer energia elétrica ou de baterias
Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) criaram um dispositivo portátil e manual para a coleta de mel na meliponicultura, que não requer a utilização de energia artificial. Iniciado em 2016, o estudo foi coordenado pelo Prof. Ítalo de Souza Aquino, do Centro de Ciências Humanas Sociais e Agrárias (CCHSA), e conduzido no Laboratório Apícola do Departamento de Ciência Animal.
A meliponicultura é o sistema de criação racional de abelhas sem ferrão, especialmente das tribos meliponini e trigonini. O coletor desenvolvido na UFPB pode ser utilizado em cortiços ou caixas racionais sem danificar os potes de mel ou qualquer outra estrutura interna da colmeia de abelhas melíponas.
Segundo o Prof. Ítalo, o dispositivo pode ser utilizado para a coleta de mel em qualquer colmeia de abelha nativa. Ele falou sobre como o projeto foi iniciado.
Um sonho
“O estudo de buscar meios para a coleta de mel em colmeias de abelhas nativas (sem ferrão) sempre foi um sonho que vinha nutrindo há décadas. Em 2016, encontrei alguns alunos de graduação em Agroecologia dispostos a se envolver nesse projeto e, com poucos meses de trabalho e com a colaboração de um professor e um técnico administrativo da UFPB, conseguimos montar o coletor”, comentou.
Com o dispositivo, o mel é coletado por um bico, preferencialmente rígido, acoplado a uma mangueira que é ligada ao recipiente de armazenamento de coleta, evitando-se contato direto com agentes contaminantes. O invento funciona por meio de uma bomba de pressão negativa, sem o uso de motor, bateria ou qualquer outra fonte de energia artificial.
O equipamento requer apenas um operador, que deve utilizar uma das mãos para direcionar o bico sugador no pote de mel e, a outra, para calibrar a pressão desejada de sucção, proporcionando, dessa forma, uma coleta de mel sem bolhas de ar, o que também evita a oxidação ou contaminação do mel.
Manual
“O coletor é manual, leve e prático de usar; não utiliza bateria, pilha ou qualquer tipo de fonte de energia. Basta segurar o coletor com uma mão e ‘bombear’ cerca de 20 vezes e o coletor estará com a ‘pressão invertida’ para sugar todo o mel contido nos potes de mel de uma colmeia de abelha melipona”, explicou o Prof. Ítalo sobre o funcionamento de seu invento.
Para o coordenador da pesquisa, o coletor manual trata-se de uma inovação tecnológica de grande vulto que propõe um novo momento para a meliponicultura nacional.
“A coleta de mel em colmeias de abelhas nativas sempre foi um dos maiores desafios no manejo de colheita de mel. Essa tecnologia tornará viável a agroindústria do mel de abelhas nativas. Será possível adotar esse mecanismo de coleta de mel em, pelo menos, 20 espécies de abelhas nativas presentes no semiárido”, pontuou o pesquisador.
Em 2019, foi realizado o pedido da patente do dispositivo pela Agência de Inovação Tecnológica da UFPB junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
Com informações: Ascom – UFPB
Edição: Josy Gomes Murta
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