Primeira mulher a vencer o ‘Nobel da matemática’ estudou formas das bolhas de sabão

Pela primeira vez a Academia Norueguesa de Ciências e Letras anunciou o nome de uma mulher ao oferecer o Prêmio Abel, equivalente, na matemática, ao Nobel. A vencedora foi a americana Karen Uhlenbeck, professora de 76 anos da Universidade do Texas, na cidade de Austin.

Karen Uhlenbeck recebeu o valor 700 mil dólares – cerca de 2,6 milhões de reais por suas contribuições e pioneirismo em diversas áreas de análise. Sua pesquisa principal se baseia nas formas da bolhas de sabão.

Uhlenbeck estabeleceu como as complexas formas das películas de sabão se comportam em espaços curvos abstratos e de alta dimensão. Ela também colocou bases matemáticas em técnicas físicas de teoria quântica, ajudo na criação do que se conhece como análise geométrica e criou métodos hoje populares em análises matemáticas.

Prêmio Abel

Como não há Nobel de Matemática, o Prêmio Abel é o mais importante no ramo junto da Medalha Field. Enquanto Karen é a primeira mulher a receber o Abel, e a Field só premiou uma mulher em sua história: a iraniana Maryam Mirzakhani, que recebeu o prêmio em 2014 e faleceu em 2017.

Foto: Reprodução

_______

“Senti muito o que era ser mulher durante toda a minha carreira. Ou seja, nunca me senti como um dos caras”, ela disse.

_______

O prêmio Abel naturalmente não é seu primeiro feito: ela ganhou aos 41 anos a bolsa MacArthur Fellowship, no valor de 204 mil dólares e, em 1990, se tornou a segunda mulher a dar palestras em destaque no Congresso Internacional de Matemáticos – a primeira havia sido Emmy Noether, em 1932.

Karen se entende como um modelo para mulheres na ciência, e celebra tal posto. “Olhando para trás percebo que tive muita sorte. Estava na vanguarda de uma geração de mulheres que poderiam conseguir empregos na academia.”

Foto: Reprodução

Nascida em Cleveland. Karen Uhlenbeck “desenvolveu técnicas e métodos de análise global que estão atualmente na caixa de ferramentas de cada geômetra e analista”, indicou a Academia Norueguesa de Ciências e Letras.

Uhlenbeck, de 76 anos, é professora visitante na Universidade de Princeton e professora associada do Instituto de Estudos Avançados (IAS) dos Estados Unidos.

Referência também na luta pela igualdade de gênero nas ciências e matemática, Karen Uhlenbeck é co-fundadora do programa Women and Mathematics do Instituto (WAM), criado em 1993 para recrutar e capacitar mulheres para liderar em pesquisa matemática em todas as fases de suas carreiras acadêmicas.

A norte-americana é uma das fundadoras do Instituto de Matemática Park City (PCMI) que se destina à formação de jovens pesquisadores e na promoção da compreensão mútua dos interesses e desafios da matemática.


Com informações: Hypeness / Uol / Agência Brasil

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.