Professor da UFRJ aparece na lista global de jovens pesquisadores da Nature Medicine
Mychael Lourenço, do Laboratório de Doenças Neurodegenerativas, dedica-se há mais de 15 anos ao estudo da doença de Alzheimer
O professor do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM) da UFRJ Mychael Lourenço, membro do Laboratório de Doenças Neurodegenerativas (LDN), apareceu na lista de 11 jovens pesquisadores para ficar de olho em 2023, da revista científica Nature Medicine.
Fundada em 1995, a revista é considerada a melhor entre 296 periódicos na categoria “Bioquímica e Biologia Molecular”, segundo Journal Citation Reports.
A publicação destaca pesquisadores promissores que estão abrindo caminho em seus respectivos campos de atuação.
À Nature Medicine, Lourenço destacou que é fascinado pelas mudanças que ocorrem no cérebro para causar neurodegeneração e demência. “A demência é um problema de saúde mundial que precisa ser investigado mais profundamente e tratado com mais eficiência. Embora a área tenha defendido ‘agregados proteicos insolúveis atacam neurônios’ como o corolário para as mudanças moleculares na demência, agora entendemos que sua natureza é muito mais complexa”, explicou.
Mychael afirma que vê suas pesquisas futuras contribuindo para a identificação de novos mecanismos moleculares que possam ajudar a explicar essa complexidade e servir de base para novas e eficazes estratégias de neuroproteção.
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“Estou particularmente entusiasmado com as perspectivas translacionais de nosso programa de pesquisa”, afirma.
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Lourenço se dedica há mais de 15 anos ao estudo da doença de Alzheimer. Recentemente, em 2022, recebeu o prêmio Blas Frangione Early Career Achievement Award, concedido pela Alzheimer’s Association pelo conjunto da obra que desenvolveu no Laboratório de Doenças Neurodegenerativas.
O trabalho do LDN ao longo dos anos compreende entender como uma pequena proteína, um peptídeo beta-amiloide, produzida pelos neurônios, se agrega, formando vários grumos, e se acumula no cérebro de pacientes com doença de Alzheimer.
Além disso, o LDN também investiga a participação no processo de neurodegeneração e a perda de memória. “A gente também já sabe há alguns anos que, na verdade, são as partes menores dessa proteína que parecem ser as principais causadoras da perda de memória, porque, como são menores, conseguem se espalhar pelo cérebro mais facilmente e atacar as regiões de contato entre os neurônios”, contou Lourenço.
Com informações: Conexão UFRJ