Projeto brasileiro para salvar o pirarucu é premiado nos EUA

O único brasileiro finalista no Prêmio Rolex de Empreendedorismo foi João Vitor Campos e Silva, de Piedade (SP). Biólogo trabalha desde 2008 na Amazônia.

 

A preservação do pirarucu na Amazônia rendeu o Prêmio Rolex de Empreendedorismo a um biólogo brasileiro de Piedade (SP), em cerimônia realizada em Washington, nos Estados Unidos. O peixe com até três metros de comprimento e que pode chegar a 200 quilos é essencial para a economia e sobrevivência de comunidades à beira do rio Juruá, no norte do país.

O biólogo João Vitor Campos e Silva, de 36 anos, venceu a edição com outros cinco finalistas. Entre eles estão um neurocientista francês, um especialista em TI de Uganda, um biólogo molecular do Canadá e uma conservacionista da Índia.

Os projetos devem ter foco em áreas como ambiente, tecnologia, saúde, ciência e exploração. Cada vencedor leva uma quantia em dinheiro para a aplicação nos trabalhos.

João Vitor está na Amazônia desde 2008, quando terminou biologia no Paraná e viajou para o norte do país, onde teve forte contato com as comunidades e se interessou pelo manejo do pirarucu.

Espécie fantástica

Foto: Reprodução

“O tema me interessou e fiz doutorado para entender o impacto social, econômico e ecológico no manejo do peixe. É uma espécie fantástica, é o maior peixe de água do mundo que pode alimentar até três ou quatro famílias”, diz.

A grande exploração do peixe no século passado, segundo o profissional, afetou a quantidade do pirarucu. Na tentativa de reverter a situação, as comunidades em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá passaram a proteger o território e até fazer a contagem dos peixes.

“Foram montadas casas de madeira na beira do rio e uma vez por ano é feita a contagem. O pirarucu evoluiu em uma região com pouco oxigênio e, então, ele precisa ir até a superfície para respirar. Neste momento é feita a contagem.”

A estratégia, conforme o biólogo, apresentou resultados satisfatórios com a reprodução rápida da espécie. “Há uma cota para abate e que não interfere na quantidade de peixe. É como se fosse uma poupança no banco que pode ser acessada todo ano”, explica.

Ecossistema

Além de recuperar a população de pirarucu perdida, a iniciativa surtiu efeito na vida de outros animais que compartilham do mesmo espaço do peixe.

“Houve a contribuição para a conservação de outras espécies, como tartarugas, ariranhas e até jacarés. Todo o ecossistema é beneficiado”, detalha Silva.

A manutenção do pirarucu também garantiu a base da renda de cerca de 60 comunidades com 1200 pessoas.

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“O prêmio é em cima de um projeto e queremos aplicar em todo a extensão do rio. Meu papel é mais para integrar e pretendemos ajudar comunidades negligenciadas.”

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“O pirarucu é um peixe fantástico. Ele tem alimentado o povo amazônico desde os mais antigos registros dessa sociedade”, diz o biólogo João Vitor Campos e Silva. Foto: Reprodução
Projeto é aplicado na região do Rio Juruá. Foto: Arquivo pessoal



Com informações: G1 Sorocaba e Jundiaí / Conexão Planeta

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