Projeto do IFPB de Princesa Isabel foi selecionado para o Fórum Mundial da Água
A experiência de um projeto de extensão do Campus Princesa Isabel do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) foi selecionada para participar do 8º Fórum Mundial da Água.
O evento, sob a responsabilidade do Conselho Mundial da Água, deve reunir cerca de 400 instituições relacionadas à temática de recursos hídricos de quase 70 países. O Fórum vai ocorrer de 18 a 23 de março, em Brasília, sendo a primeira edição no Hemisfério Sul.
O projeto de extensão “Disseminação de Tecnologias Sociais para Tratamento de Esgoto Doméstico na Zona Rural de Princesa Isabel-PB” foi selecionado entre 60 propostas do mundo inteiro para apresentação no Mercado de Soluções do 8º Fórum Mundial da Água, no espaço Vila Cidadã.
Cactus
O projeto começou em maio de 2017 e consolidou o Centro de Assessoria Comunitária a Tecnologias de Utilidades Sociais (Cactus) como um Núcleo de Extensão da Rede Rizoma do IFPB dentro do Campus Princesa Isabel, onde é coordenado pelo docente Artur Moises Gonçalves Lourenço, com co-orientação da professora Thais de Freitas Morais e participação dos estudantes do curso superior em Gestão Ambiental, Cirleide Gomes de Oliveira e Laércio Rodrigues de Carvalho.
As atividades são desenvolvidas em parceria com a ONG Centro de Capacitação Agrocomunitário (CCA), envolvendo a engenheira ambiental Sílvia Raphaele Morais Chaves e a Irmã Francinalda, além da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater-PB), com a colaboração da extensionista rural Ana Paula Medeiros.
Atividades
O Núcleo Cactus, como ficou conhecido o projeto, envolve ainda estudantes do curso técnico integrado ao Médio em Edificações.
O professor Artur Lourenço destaca que 14 comunidades rurais e quilombolas, cerca de 150 pessoas, foram envolvidas com as atividades do Projeto, que inicia com a conscientização sobre a gravidade da falta de saneamento básico, indo até oficinas para intervenção no problema.
Para ter ideia da gravidade, apenas 5,45% dos domicílios nas áreas rurais estão ligados à rede de coleta de esgotos. Em Princesa Isabel, 93% da população rural tem como destino dos esgotos gerados as fossas rudimentares. O projeto não se limitou ao entorno de Princesa Isabel, chegando a outras comunidades da Serra do Teixeira.
Metodologia
A metodologia do projeto pretende que as próprias comunidades sejam capazes de interferir na realidade e por isso rodas de conversa são iniciadas com os presidentes das associações rurais, visando fortalecer os laços comunitários propiciando ações coletivas sobre a falta de saneamento.
Em seguida, a equipe do projeto promove nas escolas rurais discussão e oficina sobre tecnologias sociais de tratamento de esgoto doméstico, enfatizando as águas cinzas, que são efluentes domésticos gerados sem dejetos humanos. Nessa etapa, o grupo lida com tecnologias de biofiltros, jardins filtrantes e círculo de bananeiras.
Oficinas
Foram realizadas também oficinas específicas para as águas negras – efluentes domésticos contaminados com dejetos humanos. Nessa fase, são abordadas as Fossas Ecológicas ou Tanque de Evapotranspiração (TEvap) e as Fossas Biodigestoras.
A equipe elabora manuais e maquetes sobre as tecnologias sociais sobre tratamento de esgotos domésticos; faz modelagem 3D utilizando a tecnologia a Building Information Modeling (BIM) para sistematizar e registrar as adaptações realizadas em conjunto com as comunidades.
Durante as oficinas, foram implantadas, com a participação das comunidades rurais, unidades demonstrativas das tecnologias nos espaços comunitários.
Reconhecimento internacional
Todas as ações do projeto já são divulgadas em mídia digital, rádio e eventos, conforme recomenda a Pró-Reitoria de Extensão do IFPB, nos editais de financiamento, para dar transparência e estimular mais participações. Mas, sem dúvida, a participação no Fórum Mundial da Água, que é um dos principais eventos sediados pelo Brasil esse ano, será um marco para o IFPB em Princesa Isabel. Devem participar da apresentação em Brasília, os docentes Artur e Thaís e as parceiras da CCA e Emater.
O coordenador Artur fez questão de ressaltar o envolvimento de todos para o sucesso do Projeto: “A principal causa para essa aprovação e o reconhecimento com essa abrangência internacional, se dá pelo árduo trabalho de toda equipe em atender à demanda da comunidade quanto as ações de extensão do campus”.
Quer saber mais sobre o 8º Fórum Mundial de Água acesse: http://www.worldwaterforum8.org
Com informações: Ana Carolina Abiahy – jornalista do IFPB