Drone transporta rim e salva vida de mulher nos EUA

As escolas de medicina e engenharia da Universidade de Maryland, dos Estados Unidos, se uniram para dar um grande passo no avanço da medicina humana e de transplantes. Utilizaram um drone para fazer a entrega de um rim a cirurgiões no Centro Médico da Universidade, que realizaram o transplante e salvaram a vida de uma paciente.

O drone saiu do Hospital Saint Agnes, na madrugada do dia 19, voou por cerca de 10 minutos e pousou no heliponto do Centro Médico da Universidade de Maryland, um trajeto de aproximadamente 4 quilômetros. O transporte foi muito mais rápido que um veículo convencional, que seria algo entre 15-20 minutos, dependendo do trânsito da região.

A diferença no tempo de deslocamento pode parecer pequena. Em momentos como este, porém, alguns minutinhos a menos podem separar uma pessoa ainda viva da morte. Nos Estados Unidos, cerca de 36 mil transplantes foram realizados em 2018, dos quais 30 mil foram feitos usando órgãos de doadores falecidos. Estas operações foram as que deram certo: quase 2% dos órgãos dos falecidos não chegaram ao seu destino e quase 4% dos embarques tiveram atrasos de duas horas ou mais.

Incrível

O rim transportado pelo drone não entrou nesta estatística. O órgão foi entregue a Trina Glispy, de 44 anos, que sofria de insuficiência renal. Ela disse que isso é tudo incrível e que não pensaria em uma coisa desses anos atrás. Até receber a doação, ela fez hemodiálise por 8 anos enquanto aguardava na lista de espera pelo rim.

Para que o voo de 10 minutos desse certo, os pesquisadores da Universidade de Maryland trabalham há três anos. No começo, realizaram diversos voos testes para transportar tubos de soro, amostras de sangue. Em novembro de 2018, chegaram a transportar um rim, mas o órgão não era viável. Para que fosse possível o transporte de órgãos viáveis, ou seja, que poderiam ser transplantados em outra pessoa, tiveram que construir um sistema de monitoramento que enviasse as informações à equipe enquanto o drone estivesse no ar. Chamaram esse sistema de HOMAL (sigla em inglês). Ele pode enviar informações como temperatura, pressão, altitude, vibração e localização.

Foto: Reprodução

Outras precauções foram a instalação de acessórios adicionais no drone. A aeronave pilotada remotamente recebeu conjuntos de transmissão para garantir um melhor desempenho no voo, hélices reservas, baterias duplas e, para casos de pane total, paraquedas para proteger a carga.

Segundo o Joseph Scalea, líder do projeto, o transporte é a parte mais complicada do processo de um transplante, pois geralmente demandam voos fretados caros ou voos comercias. Essas operações podem resultar em órgãos deixados no avião ou em atrasos que destroem a viabilidade do órgão. Com o sucesso dessa primeira missão, os pesquisadores esperam que, em breve, o transporte de órgãos com drone possa ser o meio mais rápido, seguro e econômico para combater a limitação de tempo de um transplante.


Com informações: Uol

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