Regis Soares: um mestre da charge, do cartum e da caricatura
Por Arlindo Cabocllo
Seus primeiros desenhos remetem a tenra idade de mais ou menos dez anos, quando reproduzia imagens de gibis. Com o passar do tempo, o jovem pessoense Reginaldo Soares Coutinho, artisticamente Regis Soares, utiliza, despretensiosamente, o mercadinho do seu pai como ateliê e os clientes que ali apareciam para fazer compras ou jogar conversa fora serviam de modelos, os quais eram retratados em desenhos de forma engraçada.
Apesar de desenhar, seu pai não era um entusiasta de ver a arte do desenho como profissão
que desse futuro para o filho. “Vai morrer de fome”, dizia quando imaginava seu filho desenhista. Porém, apesar dessa não aceitação do seu pai, foi incentivado pelo artista plástico Chico dos Santos e o poeta Cláudio Limeira, frequentadores do mercadinho, a quem considera seus anjos da guarda, a buscar conhecimento para aperfeiçoar os traços criativos dos desenhos que produzia, visto que seu talento saltava aos olhos.
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Através de muito estudo e pesquisa o jovem prodígio Régis Soares refina seus traços e se transforma num dos grandes mestres da charge, do cartum e da caricatura.
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Segundo Regis Soares, sua rapidez de criatividade na transformação de um fato em charge, um
rosto em caricatura advém do azeitamento de estudos, pesquisas e claro, dom, como algo
Divino que foi dado.
“Charges na Rua”
Suas charges paramentadas de muito sarcasmo e ironia há muitos anos tem incomodado grande parte da classe política, sua principal fonte de matéria-prima. O que tem se transformado no grito social por direitos básicos de cidadania de muita gente que sofre com a inépcia de órgãos públicos. Isso fica evidenciado no “CHARGES NA RUA”, projeto este que há vários anos através de charges expostas na rua cobra das autoridades competentes a realização de algum tipo serviço público que não estejam atendendo a contento a população.
Esse trabalho “crítico-sarcástico-ironizante” tem atraído a ira de políticos, puxa-sacos… inclusive com perseguições, intimidações e promessas de empregos com a intenção de amordaçar seu trabalho. O que para descontentamento destes políticos não tem surtido o efeito esperado, pois o chargista forjado nos movimentos estudantis, universitários e sociais continua satirizando os políticos que fogem malandramente de suas atribuições como servidores públicos com tempo determinado no cargo e que devem satisfação ao povo, seu verdadeiro empregador. “Não tenho político de estimação. Meu alvo, gostando ou não, será sempre os políticos do momento,” reforça Régis Soares.
Simplicidade de um iniciante
De bom papo, com cinco livros publicados, trabalhos veiculados em vários jornais de renome, sua obra esmiuçada em reportagens, documentários e teses de mestrados, Regis Soares, um artista do mundo, continua com a simplicidade de um iniciante e o sorriso como cartão de visita para as pessoas que lhe encontra nas ruas ou no seu ateliê CHARGES NA RUA, localizado na rua Etelvina Macedo de Mendonça, Torre, João Pessoa – Paraíba. Todavia, sem abrir mão de seu indelével humor crítico.
Arlindo Cabocllo
Professor, geógrafo e escritor. Natural de Arcoverde, Pernambuco. Graduado e licenciado em Ciências Geográficas pela Universidade Federal da Paraíba. Professor da rede de ensino estadual da Paraíba. Autor do livro O Caranguejo Santo.
Desenvolve no Instagram o Projeto Live Entrevista, no qual conversa com as mais variadas personalidades da sociedade e é proprietário do canal Cipoada Nordestina, este voltado para divulgar as potencialidades naturais, políticas, artísticas, culturais, literárias, arquitetônicas e humanas do Nordeste.
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Edição: Josy Gomes Murta