Sarau comemora doze anos: uma noite literária e feminina

Uma noite literária e feminina. Em cena, atores paraibanos interpretam os textos de uma escritora cearense. “Adelaide, Pra Que Te Quero?” é o título da performance criada a partir das crônicas da autora Ana Adelaide Peixoto Tavares, em comemoração aos 12 anos do Sarau Verso e Prosa. A apresentação acontece nesta terça-feira (25), às 20h, em João Pessoa.

A atriz Suzy Lopes e teatrólogo Paulo Vieira levam para o público a adaptação de crônicas dos dois livros da escritora, intitulados “Brincos, prá que te quero?” e “De paisagens e de outras tardes”, ambos lançados em 2016. O Dj Rick Mala é mais uma atração da noite.

Logo após a performance de abertura, a plateia também terá a oportunidade de participar. O microfone será aberto para que os presentes também aproveitem o momento para se expressar. A entrada do sarau é gratuita.

Arte vivenciada

Atriz Suzy Lopes durante apresentação. Foto: Bruno Vinelli

O projeto leva mensalmente poesias encenadas e declamadas para um café de João Pessoa. O sarau é organizado pela atriz Suzy Lopes. Em conversa com o Conexão Boas Notícias ela contou que o trabalho surgiu de forma espontânea. “O primeiro nem foi divulgado. Era a despedida da atriz Mayana Neiva que ia embora para São Paulo e eu, ela e a atriz Priscilla Holanda combinamos de ir para o café para fazermos um brinde e falar poesias, nem mesmo ao dono do bar comunicamos. Mas foi tão mágico que fui convidada para fazer mais noites como aquela”, relembrou Suzy.

A atriz define o projeto como um espaço de experimentação e vivência artística. Além das letras, o sarau ainda conta com exposições, exibição de filmes, desfiles de moda, dança, pintura e música. Poetas como Ed Porto, Linaldo Guedes, Juca Pontes e Augusto dos Anjos já foram homenageados. A mulher no cinema, o amor místico, e ainda causas como o outubro rosa e a defesa do uso medicinal da planta Cannabis também foram temas das performances ao longo desses doze anos.

O palco do Sarau Verso e Prosa é sempre dividido com artistas convidados. No projeto, Suzy Lopes tem o apoio de colegas como Nyka Barros, Flávio Lira, Jorge Felix, Rick Mala, Rodrigo Cabral e Bruno Vinelli, tanto na organização quanto na produção.

Obras em cena

Diversas formas de arte dividem o palco do sarau. Foto: Bruno Vinelli

Dar vida, voz e corpo a um texto não é só questão de técnica. Parte também vem da subjetividade do artista. “É um desafio absolutamente delicioso. Mexe com as coisas mais profundas que há em mim. Na verdade, eu dou minha interpretação aquele texto, pode ser que seja diferente do que o autor pensou, mas é como percebo ou sinto cada obra”, observou Suzy Lopes.

A escolha da obra encenada no sarau não tem regras. Pode surgir de uma sugestão do público, dos artistas que participam do sarau ou até da mesmo da própria vida, segundo a atriz. “Algum momento que a obra daquela pessoa me atravessa e eu entendo que é a hora de viver aquela obra. Acho que um dos motivos do sarau ser um projeto tão gostoso de realizar é justamente porque não tem protocolo, não tem receita. Apenas o desejo de dividir e vivenciar a poesia naquela noite”.

A atriz, ao logo da sua carreira, já encenou peças como Morte e Vida Severina (Marcos Montenegro), Dor, Suor e Sangue (Francisco Hernandes), As Esposas (Tarcísio Pereira), Beijo Roubado (Duílio Cunha), Vereda da Salvação (Cristina Streva). Com o Sarau Verso e Prosa o espetáculo tem liberdade de ser. “A arte não pode ter muitas regras na minha opinião. É cavalo sem cabresto. E, às vezes, esse cavalo desembesta e corre solto no campo, e devemos deixar nos levar por ele sem asa”, disse.

Serviço

Café em Verso e Prosa

Dia 25 de abril às 20h

No Empório Café, localizado na Av. Coração de Jesus, 199, Tambaú – João Pessoa

Entrada gratuita


Por Marcella Machado, da redação do Conexão Boas Notícias

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