UFPB desenvolve aplicativo em cinco idiomas para ajudar idosos com lombalgia

Aplicativo está disponível de forma gratuita para a população

Pesquisadoras da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram um aplicativo para o alívio da lombalgia crônica em idosos — dor na coluna lombar prolongada e persistente. O invento foi criado pela Mestra Patrícia Montenegro, sob orientação da Profa. Maria Adelaide Paredes, no âmbito do Programa de Mestrado Profissional em Gerontologia (PMPG).

O app denominado “Viver sem Dor na Coluna Lombar”, desenvolvido no Programa de Mestrado Profissional da UFPB, destaca-se por ser inédito no Brasil e possuir caráter internacional já que está disponível em cinco idiomas: português, inglês, espanhol, francês e italiano.

Segundo Patrícia Montenegro, que é fisioterapeuta, o invento fornece orientações em saúde (orientações posturais cotidianas) associadas a recursos terapêuticos (tipos de compressas, música, exercícios respiratórios, de alongamento e relaxamento) respaldados pela literatura científica.

“No Brasil é considerado idoso a pessoa que tem a partir de 60 anos e, nos países desenvolvidos, a partir dos 65 anos, mas muitas pessoas sentem dor lombar abaixo dessa faixa etária e também podem se beneficiar desta tecnologia”, destacou a pesquisadora.

Ferramenta

A ferramenta foi desenvolvida para o sistema Android e iOs, podendo ser usada de maneira offline. Além disso, já obteve certificado de registro por meio da Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova) e está disponível de forma gratuita para o público.

A tecnologia da UFPB possui imagens, áudios e fácil navegação. No futuro, em prol da acessibilidade, deve ser adicionado a Língua Brasileira de Sinais (Libras). “Meu invento teve um custo maior porque foi feito em outros idiomas, caracterizando uma inovação. Além de tudo, pode ser usado por idosos de outros países”, ressaltou Patrícia Montenegro.

A pesquisa avaliou 40 pessoas, sendo 20 idosos residentes na zona rural de Guarabira/PB e 20 da zona urbana de João Pessoa/PB, que responderam uma entrevista semiestruturada cujos dados transcritos foram processados pelo software IraMuTeQ (usado para análises estatísticas).

“Sabemos que ao sentir dor em um período atípico de pandemia como este que vivemos, é complicado direcionar-se ao setor de saúde, então eis a facilidade em ter um aplicativo que leva em consideração as particularidades da pessoa idosa”, contou Patrícia.

O app teve parceria do Instituto Paraibano de Envelhecimento da UFPB que foi o primeiro desse eixo temático criado na América Latina, no âmbito de universidades públicas.

Como utilizar

O interessado pode usar diretamente por meio do link da aplicação ou baixar o app caso seja de seu interesse, veja nas imagens abaixo:

 

Ao abrir o aplicativo, aparecerá a apresentação do produto tecnológico e, consequentemente, mostrar a tela de seleção do idioma.

Ao selecionar o idioma de origem, aparecerá a mensagem “Orientações sobre autocuidado para viver sem dor na coluna lombar” na tela inicial e a opção para começar a utilização do conteúdo.

A tela subsequente dará as boas-vindas ao usuário solicitando a escolha do sexo ao mostrar as imagens dos personagens idosos da aplicação. Após isso, vem a distinção da faixa etária (60-79, 80 ou mais) e a escolha do botão correspondente à intensidade da dor.

Ao término desse passo a passo, o usuário idoso iniciará a sequência de exercícios que contém compressas, relaxamento utilizando a música associada ao padrão respiratório ideal e orientações posturais diversas, mediante sua necessidade naquele momento para aliviar o desconforto na coluna lombar.

Dados no Brasil e no mundo

No Brasil, cerca de 27 milhões de adultos (quase 20%) sofrem de lombalgia, segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pontua que a dor lombar foi considerada, em 2020, o principal fator incapacitante no planeta. Hoje, mais de 80% da população mundial sofre com o sintoma, ou seja, quatro em cada cinco pessoas.

“É importante que seja dito que a lombalgia não é uma doença e, sim, um sintoma, que corresponde à dor na região lombar da coluna vertebral”, enfatizou a pesquisadora.

A lombalgia pode ser aguda (dor que não perdura além de 12 semanas), crônica (dor que perdura além de 3 meses), adquirida (atividade ocupacional desenvolvida ao longo da vida que potencialize o quadro doloroso) e congênita (proveniente de uma escoliose, por exemplo). Em mais de 90% dos casos, a lombalgia é inespecífica, isto é, não se conhece a causa.


Com informações: UFPB

Edição: Josy Gomes Murta


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