UNESCO inclui dois locais do Brasil em Rede Mundial de Geoparques
Seridó, no Rio Grande do Norte, e o Caminhos dos Cânions do Sul, que se estende por mais de 200 km entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, foram incluídos na lista da Rede Mundial de Geoparques da UNESCO.
Com as inclusões das duas áreas no Brasil e de mais seis novos locais, a Rede reúne agora 177 áreas em 46 países.
A Rede Mundial de Geoparques da UNESCO reconhece patrimônios geológicos que apresentam extraordinária relevância em diversidade biológica e cultural para o mundo.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) aprovou na quarta-feira (13), durante a 214ª sessão do seu Conselho Executivo realizada em Paris, França, a inclusão de oito novos Geoparques Globais. Na lista divulgada, dois estão no Brasil: o Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul, situado entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul; e o Geoparque Seridó, localizado no estado do Rio Grande do Norte. Com as novas inclusões, a Rede Mundial de Geoparques reúne agora 177 áreas em 46 países.
A Rede Mundial de Geoparques da UNESCO reconhece patrimônios geológicos que apresentam extraordinária relevância em diversidade biológica e cultural para o mundo. Além disso, os geoparques atendem as comunidades locais, combinando a conservação de seu patrimônio geológico único com o acesso público e o desenvolvimento sustentável.
A cada dois anos, o Conselho Executivo da UNESCO se reúne em assembleia para a escolha de novas áreas. Neste ano, além dos geoparques situados no Brasil, também foram incluídos na Rede: Platåbergens (Suécia), Kefalonia-Ithaca (Grécia), Ries (Alemanha), Salpausselkä (Finlândia), Mëllerdal (Luxemburgo) e Buzău Land (Romênia).
Geoparque Seridó
Localizado no estado do Rio Grande do Norte, o sítio está inserido em um bioma rico em biodiversidade e abrange uma área de 2.800 km² no semiárido nordestino. Abriga mais de 120 mil habitantes, incluindo comunidades como os quilombolas, que mantêm viva a memória de seus ancestrais escravizados da África para preservar sua cultura por meio de práticas tradicionais, museus e centros culturais.
O geoparque é um testemunho dos últimos 600 milhões de anos da história da Terra e abriga uma das maiores mineralizações de scheelita da América do Sul, um importante minério de tungstênio, além de fluxos de basalto decorrentes da atividade vulcânica durante as Eras Mesozoica e Cenozoica.
Essa geodiversidade determina em grande parte a biodiversidade única da região, caracterizada especialmente pela caatinga (“floresta branca”, na língua tupi), uma ecorregião marcada por flora subtropical específica. A caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte de seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta.
Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul
Situado entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, abrange uma área de 2.830,8 km² e abriga 74.120 habitantes. É caracterizada pela Mata Atlântica, um dos ecossistemas mais ricos do planeta em termos de biodiversidade.
Os habitantes pré-colombianos da área costumavam se abrigar em paleotocas (cavidades subterrâneas escavadas pela extinta megafauna paleovertebrada, como a preguiça gigante), cujos numerosos vestígios ainda são visíveis no geoparque.
Além disso, o local apresenta os cânions mais impressionantes da América do Sul, formados pelos processos geomorfológicos únicos que o continente sofreu durante a dissolução do supercontinente Gondwana, há cerca de 180 milhões de anos.
Geoparques
Saiba mais sobre a Rede Mundial de Geoparques da UNESCO:
• Geoparques Mundiais da UNESCO
• International Geoscience and Geoparks programme (IGGP) (em inglês)
• UNESCO Global Geoparks (UGGp) (em inglês)
Com informações: Nações Unidas Brasil
Edição: Josy Gomes Murta
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