Universidade de Coimbra debate às mudanças ocorridas na terra há milhões de anos
Discutir os mais recentes avanços científicos relativos às mudanças ocorridas no planeta Terra há cerca de 182 milhões de anos, durante o período Toarciano (Jurássico Inferior), é o objetivo do 2nd International Workshop on Toarcian Oceanic Anoxic Event, que vai acontecer, de 6 a 9 de setembro, em Coimbra.
O encontro reúne investigadores de 15 países: China, vários países da Europa e o Canadá, entre outros. É organizado pelo Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC) e MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, em parceria com o projeto IGCP 655 – “Toarcian Oceanic Anoxic Event: Impact on marine carbon cycle and ecosystems” (http://igcp655-toae.com/), que tem o patrocínio da UNESCO e da International Union on Geological Sciences.
No período Toarciano “ocorreram grandes mudanças (paleo)ambientais nos subsistemas Oceano-Biosfera-Atmosfera, e que possui um registo geológico de excelência em Portugal, reconhecido através de publicações em revistas científicas de referência internacional”, explica Luís Vítor Duarte, da comissão organizadora do evento.
“Para além da perturbação do ciclo do carbono, que originou alterações profundas na relação oceano-atmosfera, e onde sobressai forte anoxia dos fundos marinhos, este episódio particularmente bem registado nas rochas carbonatadas daquela idade, aflorantes em Peniche e na região de Penela, está ainda associado a um sobreaquecimento da água do mar, factos que deixaram sequelas no registo biológico, originando uma pequena extinção em massa”, aponta o também docente e investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
O primeiro dia do Workshop, com início às 9 horas, no anfiteatro C do Departamento de Ciências da Terra, no polo II da UC, será dedicado a uma sessão de apresentação de 36 comunicações científicas sobre o tema do Evento Anóxico, destacando-se a conferência plenária de Hugh Jenkyns, da Universidade de Oxford, nome que está na origem e reconhecimento deste evento à escala global.
No segundo e terceiro dia do encontro serão dedicados a atividades de campo, na observação in situ do excecional registo deste evento na geologia portuguesa.
O último dia será preenchido com um curso intensivo sobre o registo orgânico associado a estes eventos anóxicos, coordenado por João Graciano Mendonça Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, especialista em geoquímica orgânica, e que tem mantido ao longo dos últimos anos estreita colaboração com o Departamento de Ciências da Terra da FCTUC.
Com informações: Universidade de Coimbra