Viriato Moura: interseção entre arte, literatura e medicina
Como na receita de um remédio, Viriato Moura dosa a medida dos seus livros. Periódicos e sintéticos, mas com mensagens precisas. Já publicou dez obras e vem aumentando os números em um curto intervalo de tempo. Em 2010 criou uma nova proposta estilística para as artes visuais. Entre letras e pinturas exerce a medicina, um desafio para os tempos agitados e corridos.
Médico especialista em ortopedia, traumatologia, medicina do esporte e medicina do trabalho, aprendeu a conciliar as funções. Viriato José da Silva Moura é natural de Xapuri, no estado do Acre, mas adotou Porto Velho, em Rondônia com morada. A cidade já foi tema de um dos seus livros, ‘Rio de Histórias’, em parceria com a professora Yêdda Borzacov e com o médico Samuel Castiel.
“Dedico parte dos meus dias há muitas décadas à medicina e a administrar o Hospital Central. Até que chegou um momento e eu decidi que precisava também me dedicar mais às artes e à literatura. A partir de então passei a produzir mais no campo das artes visuais e também na literatura. Em agosto de 2016 intensifiquei mais esse trabalho”, explicou.
Entre as obras já publicadas estão ‘Haicais Mutantes’, ‘Doses Mínimas de Máximas: 300 Reflexões de um Médico’, ‘Ritual de Catarse: Poesia como Terapia’, ‘Labirinto com Rota de Saída’, entre outros. O escritor também é membro da Academia de Letras de Rondônia.
Se o jaleco branco fosse uma tela, receberia os traços em linhas de Viriato Moura. É o planimorfismo, estilo desenvolvido pelo artista após longas pesquisas a respeito das escolas estilísticas. O método é inspirado na geometria plana euclidiana. Nos desenhos coloridos, o abandono das curvas chama atenção.
“O planimorfismo rompe com esse paradigma dependente da curva e dela se liberta de modo radical e definitivo. E prova, com isso, que é, sim, possível produzir emoções estéticas utilizando formas que ao tempo que são rígidas em suas partes, os planos, adquire contexto sedutor e poético quando integrado a outros planos concorrentes”, descreveu Viriato Moura.
As obras do artista já ganharam as páginas de uma revista especializada do Rio de Janeiro, de circulação internacional. O próprio Complexo Hospital Central que administra também é uma galeria de arte. A arquitetura do prédio já é em si diferenciada.
No seu interior, pinturas em telas e em papel-cartão, de autoria de Viriato Moura e da esposa Ana Christina Gondim Moura, compõem a exposição permanente em corredores e ambulatórios. “Hospital deve lembrar saúde e vida e não doença e morte”, afirmou o médico artista.
Obras de Viriato Moura
Com informações: Gente de Opinião / Saber Cultural
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